Ação judicial contra a Apple!

Durante anos, a Apple prejudicou os consumidores ao impedir os serviços de streaming de música de os informar de que podiam pagar menos fora da Apple Store, onde era aplicada uma taxa. Milhares foram penalizados nestas subscrições. Junte-se à ação coletiva e exija a compensação.

A Apple abusou do seu poder enquanto grande empresa tecnológica:

  • ao cobrar uma taxa de até 30% em todos os pagamentos nas subscrições de serviços de streaming de música, como Spotify, Deezer, YouTube Music, Soundcloud ou Tidal, ativados nas apps da loja de aplicações (Apple Store);
  • ao impedir os serviços de streaming de música de informar os utilizadores do ecossistema iOS de que havia opções mais baratas, como a subscrição através do site do serviço.

Devido ao comportamento injusto da Apple, a taxa acabou por ser refletida nos utilizadores de iPhone e iPad que, em média, pagaram mais 30% para ouvir música no Spotify, e noutros serviços idênticos, através do ecossistema iOS, enquanto a app da marca - Apple Music - ficava de fora.

Ou seja, para cobrir a taxa da Apple, o Spotify aumentou a mensalidade dos utilizadores iOS de 6,99 euros para 8,99 euros, até 2023. Nesse ano, o Spotify começou a informar os utilizadores de que iria deixar de aceitar os pagamentos feitos através do sistema de pagamento (IAP) da Apple Store.

 

 

Esta atuação não só é injusta, como é anticoncorrencial e ilegal. Daí a Comissão Europeia ter castigado a gigante da tecnologia, em março de 2024, com uma multa de 1,8 mil milhões de euros por abuso de posição dominante. Em concreto, por impedir os serviços de streaming de música de informar os seus clientes de que poderiam pagar menos pelas subscrições.

Chegou a altura da Apple também ser justa com os consumidores, razão pela qual a Euroconsumers lançou uma ação coletiva coordenada, em Portugal, Espanha, Itália e Bélgica: cada consumidor que foi vítima do injusto abuso de poder da Apple, e pagou a mais pela subscrição do serviço de streaming de música, tem de receber o montante cobrado em excesso.

A ação judicial contra a Apple para compensar os utilizadores que foram prejudicados pelas práticas comerciais desleais nestes serviços foi entregue a 16 de abril.

O que é pedido? Que a Apple reembolse os utilizadores pelos montantes pagos em excesso na Apple Store, que podem chegar aos 30% do preço da subscrição em cada plataforma de streaming de música.

A quem se destina? A todos os utilizadores do sistema iOS (iPhone e iPad) que pagaram a mais pelas subscrições, feitas através de apps da Apple Store, de serviços de música que não são da Apple (Spotify, Deezer, YouTube Music, Soundcloud, Tidal e Qobuz), desde 2013. A taxa adicional, aplica-se aos casos em que a subscrição do serviço (ex: Spotify Premium) foi feita na app iOS. Todos os utilizadores que fizeram as subscrições no site dos serviços e, posteriormente, o tenham usado num iPhone ou iPad, não pagaram valores adicionais na subscrição mensal. 

É um dos utilizadores de iPad ou iPhone afetado?
Ainda se pode juntar à ação e exigir o reembolso do valor que pagou a mais na Apple Store pela subscrição de serviços de streaming de música. Por exemplo, se subscreveu o plano premium do Spotify através da Apple Store, entre junho de 2014 e maio de 2016, e manteve a subscrição sem alterações, pagou até 30% a mais em relação ao que teria pago pelo mesmo plano noutros canais de venda.

Porquê? É a lei da Concorrência da União Europeia.

Quanto? Depende dos serviços subscritos, mas, em media, será de 2,60 euros por cada pagamento mensal feito através da Apple Store, desde julho de 2013.

 

Por vários anos, a Apple tem lucrado (cerca de 259 milhões de euros, na Europa) ao abusar do seu poder e cobrar excessivamente e de forma indevida as plataformas de streaming de música, que acabaram por refletir os custos nos consumidores. Agora, que a Comissão Europeia condenou e multou este comportamento injusto, está na altura de a Apple ser correta com os consumidores. Pedimos o dinheiro de volta de mais de 500 mil vítimas em Portugal, Espanha, Itália e Bélgica.

• Com esta ação coletiva, a Euroconsumers assume uma posição contra o abuso de poder e envia uma mensagem clara para a Apple e outros agentes do mercado: o poder traz responsabilidade e não abuso. Uma concorrência justa é essencial para garantir um mercado honesto com bens e serviços de qualidade e a um preço justo para os consumidores. Quando um agente abusa da sua posição dominante, para seu benefício e em detrimento dos consumidores, a Euroconsumers considera tratar-se de um comportamento injusto e responsabiliza-o.

• Com esta ação coletiva, a Euroconsumers quer dar poder aos consumidores para se imporem contra o abuso da Apple, e pedirem o montante pago a mais pelo serviço de streaming de música que foi indevidamente cobrado. Com esta ação, a Euroconsumers quer melhorar o mercado com políticas transparentes, justas e concorrenciais para a Apple Store.

 

 

Ação judicial contra a Apple!

Para que não restem dúvidas